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Dica de Filme | Medianeras – Buenos Aires na Era do Amor Virtual

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Já tem um bom tempo que descobri esse filme enquanto passava despretensiosamente pelos canais de TV à cabo… Me chamou a atenção porque adoro esses filmes que fogem um pouco do quadrado hollywoodiano, e esse definitivamente foge, uma produção independente que ganhou até o Kikito de melhor filme estrangeiro, no Festival de Cinema de Gramado. Bacana, né?

Aqui no Brasil ele estreou em 2011 mas eu não ouvi falar nada dele até então, o diretor é o argentino Gustavo Taretto – que tem vários curtas em seu currículo, sendo esse o primeiro longa.

O filme é uma crônica sobre a solidão e as fobias urbanas, sobre os relacionamentos na era virtual e sobre as mazelas depressivas causadas por um crescimento desenfreado da cidade e consequentemente das construções caracteristicamente escuras e pequenas, além daquela história de que você pode estar entre milhares de pessoas e ao mesmo tempo estar só – sentiram o drama? As cenas foram filmadas na Argentina e na Espanha e tem atores de ambos os países.

Medianeras são as paredes cegas dos prédios, que por lei – na Argentina, pelo menos – não podem ter janelas abertas nelas para não tirar a privacidade dos vizinhos e que acabam se tornando painéis de propagandas ou de desenhos de artistas locais, então você imagina por exemplo um quitinete que já é pequeno por definição e ainda limitado por uma medianera… Vai ter o quê? Uma janela e olhe lá. Assim, ambientes escuros, horas a fio com os olhos vidrados no computador, relacionamentos escassos somados a agitação típica das cidades grandes, que faz qualquer um beirar a crises depressivas fazem com que seja quase dolorido qualquer contato com o mundo real.

Uma pequena observação: acho que esse é o filme em que mais vi cigarros acesos em toda vida, e o pior é que longe das telas, na visita que fizemos a Buenos Aires, isso pode se comprovar facilmente. Odeio cigarros e essa foi a única coisa que não me agradou, apesar de retratar fielmente a influência de uma vida absorvida pela correria comum nas grandes cidades.

É a história de Martin e Mariana (personagens principais) mas poderia ser a história de muitas pessoas – e de qualquer um de nós -em qualquer parte do mundo. Em busca do amor, da companhia de alguém, de um pouco mais de luz em suas vidas (ou apartamentos), de compreensão e de paz.

O diretor bate incansavelmente nessa tecla da solidão urbana, em crises existenciais e em dramas domésticos, tão comuns e já habituais das cidades populosas, além da violência e da insegurança que vem no pacote e fazem com que as pessoas se isolem mais ainda. É um filme curto com cenas cotidianas engraçadíssimas, facilmente reconhecíveis em nós e ainda assim, traz naturalmente um clima mais melancólico.

Na Wikipedia está bem sintetizada a ideia que o filme passa:

Martin é um fóbico em processo de recuperação. Pouco a pouco, ele consegue sair do isolamento de seu apartamento e de sua realidade virtual. Ele é um web designer. Mariana acabou de terminar depois de um longo relacionamento. Sua cabeça é uma bagunça, assim como o apartamento onde ela se refugia. Martin e Mariana vivem no mesmo quarteirão, mas ainda que seus caminhos se cruzam eles não chegam a se encontrar. Eles caminham através dos mesmos lugares, mas eles não percebem uns aos outros. Como eles podem se reunir em uma cidade de três milhões de pessoas? Eles vivem no centro de Buenos Aires, a cidade que os une e também os separa.

O Trailer:

Se vocês curtem uma vibe de dramas urbanos que te fazem rir com uma boa mistura de cenas leves e também densas, esse é o caminho… Podem assistir com fé que irão gostar!

Beijos,


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